Com nova equipe, empresa deve voltar esforços ao desenvolvimento de tecnologia para o Glass
RESUMO DA NOTÍCIA:
- Apple anuncia a compra da startup Spaces, de realidade virtual
- Com a nova aquisição, os rumores de um futuro Apple Glass ganham força
- Uso dos óculos de realidade aumentada da Apple deve ser atrelado ao iPhone
Vem notícia boa por aí! A Apple anunciou há algumas semanas a compra da startup Spaces, de realidade virtual (VR). Com o movimento, a marca reforça rumores de que vai lançar, em breve, o Apple Glass, óculos de realidade aumentada.
Antes da confirmação, a notícia havia sido veiculada pelo site Protocol. A Spaces foi criada em 2016 pela DreamWorks Animation para o desenvolvimento de experiências de VR — o catálogo da startup inclui a produção “O Exterminador do Futuro: A Salvação”.
Durante a pandemia, a Spaces precisou fechar seus centros de realidade virtual, dispensar funcionários e até solicitou um empréstimo para manter as atividades. Segundo o CEO da companhia, Shioraz Akmal: “A Covid-19 foi um tsunami para nós”.
A Spaces também apostou na reestruturação dos planos e investiu em soluções de videoconferências para criar, por exemplo, avatares a usuários do Zoom. Com a aquisição da Apple, a expectativa é de que uma nova equipe comece a trabalhar no desenvolvimento do Apple Glass, óculos de realidade aumentada da marca.
Os rumores mais recentes indicam que a tecnologia será anunciada entre o fim de 2020 e início de 2021, com o lançamento oficial no ano seguinte. Com um processador dependente do iPhone, o Apple Glass seria construído com tela nas duas lentes e preço “surpreendente” — a nova versão do Google Glass, por exemplo, tem preço sugerido de US$ 1.299.
A experiência do Google, entretanto, não gerou tantos frutos assim: sem conquistar usuários comuns, a tecnologia encontrou mais abertura no nicho corporativo.
Além da Spaces, a Apple comprou, ao longo dos anos, as startups Vrvana, NextVR e Akonia Holographics. Todas trabalham com tecnologias de realidade aumentada e VR. Questionada sobre a nova aquisição, a Apple não deu muito detalhes: “De tempos em tempos, compramos empresas menores de tecnologia e geralmente não discutimos nossos propósitos ou planos”.
Em comunicado no site oficial, a Spaces se despediu com um agradecimento. “Obrigado aos nossos usuários e parceiros que participaram do nosso incrível produto de videoconferência de VR e às muitas pessoas que gostaram das nossas atrações de entretenimento baseadas em localização de VR encontradas em parques temáticos, teatros e muito mais”.
O que sabemos sobre o Apple Glass
De acordo com o youtuber Jon Prosser, conhecido por adiantar novidades da Apple, o processamento de dados do Apple Glass será atrelado ao iPhone, assim como ocorreu com a primeira geração do Watch. Na prática, isso significa que apenas usuários do iOS poderão usar o dispositivo vestível.
Com design minimalista, sem aquele ar futurista, o visual do Apple Glass será bem similar a de óculos comuns. O produto deve ser lançado com o preço de US$ 500 (ou R$ 2.654). Segundo Prosser, o cronograma inicial da Apple previa o anúncio dos óculos no segundo semestre de 2020, mas os planos atrasaram.
Outros rumores indicam que os óculos de realidade aumentada não serão equipados com câmeras, para preservar a privacidade dos usuários. Saem as lentes, entram os sensores LiDAR, usados em carros autônomos e no iPad Pro.
A tecnologia substitui a câmera e, com um scanner, permite a leitura de objetos sem esbarrar nas questões de privacidade. O LiDAR também é capaz de avaliar distâncias e impulsionar as experiências de realidade aumentada. Além disso, o Apple Glass deve vir com suporte para o carregamento sem fio.