A desenvolvedora dos games acusa a maçã de abuso de poder. O processo pode se estender por anos até uma decisão definitiva da justiça
Começou esta semana o desenrolar do processo aberto pela desenvolvedora de jogos Epic Games contra a Apple. A empresa norte-americana é criadora do Fornite e do jogo de sobrevivência Battle Royale e acusa a Apple de abusar de sua posição privilegiada no mercado. Esse tipo de acusação não é novidade para a maçã. Diversas empresas que disponibilizam seus produtos na App Store se queixam sobre isso.
A Epic Games levou a Apple ao tribunal para contestar a comissão de 30% cobrada por ela para as transações feitas em sua plataforma. De acordo com o portal francês RFI, tudo começou quando a desenvolvedora de jogos eletrônicos ofereceu aos jogadores do Battle Royale, uma moeda virtual mais barata se os jogadores fizessem o pagamento pelo seu sistema próprio, deixando a Apple, que cobra uma taxa a mais, no prejuízo.
Como a Apple não joga para perder, imediatamente iniciou a retaliação retirando o Battle Royale de sua loja de aplicativos. Como resultado, os fãs do game que utilizam iPhones ou iPads não receberam as atualizações. Em documento apresentado à justiça em abril, a Epic Games afirma que a Apple “construiu um ecossistema para restringir a distribuição de aplicativos, excluir rivais e prejudicar a concorrência e os consumidores”.
Os apoiadores da Epic Games batem na tecla de que a Apple está atuando nos dois lados: cobrando comissão nas transações feitas na App Store e ganhando com o download de seus próprios jogos. O CEO da maçã, Tim Cook, defende a Apple dizendo que a californiana é um “milagre econômico” e que gera mais de US$ 500 bilhões por ano, recebendo apenas uma fração deste valor.
As acusações devem ser avaliadas pela juíza Yvone González nas próximas semanas. Entretanto, devido as apelações e recursos cabíveis às partes, o processo pode levar anos até ser concluído.