Mais uma bomba recai no colo da Apple nos últimos tempos. Este ano não foi fácil para a gigante de Cupertino. Embora tenha registrado lucro relevante em um cenário pouco provável, a empresa trava uma guerra com a Epic Games, foi notificada pelo Procon pela ausência de carregadores no iPhone 12 e acusada de participar de um esquema de lobby para frear a sanção de uma lei norte-americana para penalizar o trabalho forçado na China. A informação foi divulgada pelo jornal Washington Post.
Batizada de “Lei de Prevenção ao Trabalho Forçado Uigur”, em tradução livre, o texto prevê adoção de medidas restritivas contra empresas que adquirem produtos da cidade de Xingiang, no noroeste da China, sem comprovar sua procedência.
O novo projeto de lei tornaria mais difícil que empresas americanas fizessem vista grossa sobre os abusos contra a população local. De acordo com o jornal americano, pesquisadores que atuam na cidade em questão estimam que cerca de 1 milhão de pessoas trabalhem em condições precárias.
Lobby conjunto
Embora esteja tentando se desvencilhar do mercado chinês devido à relação conturbada com os Estados Unidos, a Apple ainda é muito dependente do país asiático.
Relatórios produzidos por autoridades locais indicam que a gigante de tecnologia utilizou mão de obra forçada em sua cadeia de suprimentos.
De acordo com relatos feitos por funcionários da Apple à imprensa sob a condição de anonimato, a empresa atua com outras gigantes norte-americanas para impedir que a lei chegue às mãos do presidente dos Estados Unidos.
Os segmentos mais empenhados em reverter a provação do texto seriam o de tecnologia e manufatura têxtil.
O que diz a Apple
Como é de se esperar, a Apple negou as acusações. O CEO da empresa, Tim Cook afirmou que tais práticas não são toleradas.
“A Apple não tolera trabalho forçado em sua cadeira de suprimentos. Isso é abominável”. Segundo o executivo, a empresa encerraria vínculos com parceiros caso fosse constatado o uso de mão de obra forçada.
O texto passou pelo Senado, onde foi lido aos parlamentares por duas vezes, e encaminhado à Comissão de Relações Exteriores em 23 de setembro. Pelo visto, essa novela está longe de ganhar um capítulo final.