Enquanto concorrentes sofrem com pandemia, Apple aumentou em 10% as remessas de iPhones nos Estados Unidos
RESUMO DA NOTÍCIA:
- Apple dribla crise e registra alta de 10% nas vendas de iPhone nos Estados Unidos
- No mesmo período, concorrentes viram as remessas de smartphones caírem e agora colecionam indicadores ruins
- Dados foram divulgados pela consultoria Canalys
Com a pandemia do novo Coronavírus e menos gente disposta a gastar dinheiro com itens não essenciais, a expectativa era de uma queda brutal nas vendas de todos os players do mercado de smartphones. Mas, enquanto a maioria das fabricantes ficou no vermelho, a Apple observou um salto de 10% nas vendas na comparação com o mesmo período do ano passado.
É um recorde para as vendas de smartphones nos Estados Unidos no segundo trimestre: foram 15 milhões de iPhones contra 13,6 milhões de unidades em 2019. Os dados são da empresa de pesquisa Canalys.
Com o alto volume, a Apple ocupa a primeira posição do ranking da Canalys. Enquanto isso, a Samsung, segunda colocada, conseguiu vender 7,4 milhões de unidades no trimestre — uma queda de 1% no crescimento anual.
O recorde nas vendas de smartphones permitiu que a Apple aumentasse a sua fatia de mercado de 40,8% para 47,1% em 2020. De acordo com a Canalys, o resultado se deve a alta de 15% nas vendas de iPhone 11 nos Estados Unidos em relação ao registrado no ano passado, com o lançamento do iPhone XR.
Apple e Samsung foram as companhias responsáveis pela venda de sete a cada dez smartphones nos Estados Unidos. Mesmo com os resultados ruins, a Samsung aumentou sua participação no mercado de 22,3% para 23,2%. Para o restante da indústria, entretanto, os resultados não foram tão positivos.
Além da Lenovo, que conseguiu crescer 8% no período, marcas como LG e Huawei sentiram o efeito da crise com a queda nas vendas. Só a TCL encolheu 43% e vendeu 1 milhão de smartphones a menos do que no segundo trimestre de 2019.
Segundo a Canalys, os resultados negativos também foram influenciados pela baixa adoção do 5G. O analista Vicent Thielke conta que a quarentena esfriou o entusiasmo pela nova tecnologia. “O fechamento de lojas e o medo do vírus limitaram a interação com modelos de demonstração e os orçamentos apertados restringiram ainda mais o poder de compra. Com uma cobertura de rede 5G escassa, os clientes viram várias razões para comprar um dispositivo 4G”.
Para o próximo ano, o cenário pessimista pode acabar impactando nas vendas de smartphones da Apple: até o final do ano, a marca quer lançar um iPhone 5G. De acordo com Thielke, o marketing das fabricantes será o responsável por dar um “empurrãozinho” e convencer usuários na transição para o 5G.
O especialista ainda ressalta que, mesmo com a chegada da nova linha de iPhones – como noticiamos aqui – , a procura por modelos mais baratos deve continuar forte. “A alta nas taxas de desemprego está restringindo a habilidade de comprar novos dispositivos ou cobrir gastos relacionados com smartphones”.
Assim, os celulares com mais procura devem ser aqueles com preço de até US$ 400 (cerca de R$ 2.168).
Recorde anima investidores da Apple e ações sobem
Na última quinta-feira (13/08), a Apple acumulou mais um recorde: as ações da marca encerraram o pregão da NASDAQ, bolsa de valores norte-americana, avaliadas em US$ 464,14. A alta foi de 1,77%.
Com a notícia, a capitalização de mercado da Apple subiu para US$ 1,967 trilhão. Em breve, a marca pode se tornar a primeira empresa americana a ultrapassar a marca dos US$ 2 trilhões. Mas a empresa enfrenta concorrência pesada: a corrida também reúne players como Amazon e Microsoft.
No ano, Apple e Microsoft crescem mais de 30%, mas não podemos esquecer que a Amazon é dona de uma das melhores ações do S&P 500, com alta de quase 70% em 2020.
Enquanto a Apple lucra com a venda de iPhones e serviços como Pay, Music e App Store, a Microsoft mantém vendas fortes com a assinatura do Office 365. Já a Amazon está se esforçando no setor de entregas e aumentando o número de usuários do Prime, programa de fidelidade. Agora, resta a pergunta: quem ganha a corrida do próximo trilhão?